sábado, 13 de outubro de 2012

AMOR, AMOR




Tenho, ainda, o teu corpo nos meus braços
Sobre os meus ombros, teu cabelo.
Descansando dos meus e teus cansaços,
Tu dormes por ambos. Só eu velo.

Nos meus braços teu corpo estremeceu,
Desse tremor o meu foi percorrido.
Colados, curva a curva, onde começa o teu?
Onde se acaba o meu? Teu e meu têm sentido?

Teu ligeiro suor penetra em minha pele
Teu suor dos transportes de há momento
Que me atrevo a provar como quem lambe mel,
Em que refresco as mãos como num leve unguento.

Brandamente, por vezes, te desvio
De, mim, para melhor sentir
porque é ti que me agarro e acaricio
Para totalmente me fundir.

Ai, anular-te em mim sem te perder!
Aniquilar-me em ti, - mas sendo nós!
Velo, e nem sinto a noite discorrer.
Sonho, e que sonho de que amor feroz?

Porque amanhã,
Se não mesmo esta noite, o nosso inferno
Não mais permitirá que qualquer sombra vã
Da glória dum momento eterno.

Não Quero mais dramas
nem sofrimento, quero
Encontrar a felicidade
Não quero mais, amor dividido
Mas sim um amor partilhado,
Cheio de cumplicidade...

Não quero mais desperdiçar
Anos valiosos da minha vida
Nem de sentimentos insustentáveis
Quero viver alegrias, sonhos sendo realidade
Uma mulher que me ame
em plena totalidade.

Se ela viesse agora. Aquela que em seu manto
De silêncio e de sombra nos transporta,
Não seria melhor, meu doce encanto?
Poder eu, ao morrer, ver-te já morta? 

Escrito por, ARMANDO JORGE SILVA MARQUES

Sem comentários:

Enviar um comentário